Os rins são os órgãos do trato urinário responsáveis por equilibrar o volume de água e de sais no corpo, por filtrar resíduos do sangue e por remover as impurezas do organismo. Saiba tudo sobre o câncer de rim.
Dr. Felipe Eduardo Costa Vidigal é urologista, especialista em câncer de rim. Já realizou inúmeras cirurgias para tratamento do câncer de rim, e em muitos casos retirando o tumor e preservando o rim acometido, através da nefrectomia parcial robótica ou laparoscópica. Tem mestrado em uro-oncologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, estudando profundamente o tratamento do câncer de rim.
Quando há uma descompensação no crescimento dos tecidos do rim, as células se tornam cancerígenas, e todo o sistema corporal é comprometido.
Durante este texto, vamos mostrar como identificar sinais do câncer de rim, como é feito o diagnóstico e como é realizado o tratamento.
Causas e fatores de risco do câncer renal
O câncer renal pode surgir por uma série de razões, sejam elas genéticas ou causadas por questões relacionadas ao estilo de vida. Os principais fatores de risco para desenvolvimento do câncer renal são:
- Esporádicos;
- Predisposição genética;
- Hipertensão;
- Insuficiência renal;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Hemodiálise, por doença renal crônica;
- Exposição a radiação e a produtos químicos tóxicos ou cancerígenos, como chumbo e cádmio;
- Doença de Von Hippel-Lindau: condição genética rara, que caracteriza-se pela formação de tumores vascularizados em diferentes partes do corpo.
O sexo do paciente e a idade, combinados a um ou mais fatores apresentados anteriormente, também podem influenciar na incidência do câncer renal.
Segundo pesquisas da American Cancer Society, homens têm duas vezes mais chance de desenvolver câncer de rim, quando comparados às mulheres.
A doença acomete, de forma geral, indivíduos com mais de 65 anos, sendo considerada menos frequente em pessoas com menos de 45 anos. Se você se encaixa em algum dos padrões de risco, redobre os cuidados e mantenha o acompanhamento médico em dia.
Sintomas e diagnóstico
O câncer renal, nos estágios iniciais, não costuma apresentar sinais. Para evitar que a doença seja descoberta apenas em estágios mais avançados, é fundamental ficar atento aos sintomas e realizar exames de imagens para rastreio.
Os principais indícios do tumor no rim são: inchaço abdominal, presença de sangue na urina, dor na parte lateral da barriga e nas costas, aparecimento de massa palpável no abdômen, anemia, febre constante, perda repentina de peso, inchaço dos pés e das pernas.
A confirmação do diagnóstico é feita por meio de exames de imagem, como ressonância magnética, ultrassonografia e tomografia computadorizada do abdômen.
Somente depois de ter os resultados em mãos é que o especialista irá indicar a melhor forma de tratamento. Continue a leitura e conheça as formas mais comuns de tratar o câncer de rim.
Tratamento do câncer de rim
Assim como em outros tipos de câncer, a forma de tratamento do câncer de rim pode variar de acordo com o estágio do tumor.
No início da doença, por exemplo, pode ser realizada a retirada do rim ou de parte do tumor, por meio de incisão, laparoscopia ou cirurgia robótica. Em fases mais avançadas, pode haver indicação de imunoterapia.
Saiba mais sobre cada tipo de tratamento:
Nefrectomia radical ou parcial
A nefrectomia radical, indicada apenas para os casos mais avançados, consiste na retirada total do rim acometido pelo câncer e de seus revestimentos.
Por ser uma abordagem mais agressiva, ela só é indicada quando o tumor é muito grande ou quando ele está em uma posição que torne inviável a manutenção parcial do órgão.
Em muitas situações, a remoção do tumor com preservação do parênquima renal, chamada de nefrectomia parcial, é suficiente para controlar a doença.
As possíveis complicações, em ambos os casos, estão relacionadas à infecções, sangramentos, comprometimento da função renal e reações adversas a medicamentos anestésicos.
Imunoterapia
Ao ativar e capacitar o sistema imunológico do próprio paciente para combater as células cancerígenas, a imunoterapia é capaz de reduzir o tamanho do tumor.
Enquanto a quimioterapia e as drogas de alvos moleculares atacam diretamente as células tumorais, a imunoterapia auxilia o sistema imunológico do indivíduo a identificar e a combater o câncer.
Ela pode ser feita por diversos meios, como inibidores de checkpoints imunológicos, realizados com um ou mais medicamentos endovenosos.
Em determinados casos, principalmente naqueles com maior grau de complexidade, a imunoterapia é complementada pela cirurgia robótica – tema que será abordado a seguir.
Cirurgia robótica
A cirurgia robótica se tornou um dos principais meios para tratar câncer de rim. O procedimento minimamente invasivo, que também é utilizado no tratamento de câncer de próstata, tem alto percentual de sucesso, com recuperação rápida do paciente, na maioria dos casos.
O método utiliza a tecnologia para a retirada do tumor, mesmo quando há metástase. Diferentemente de outras formas de tratar o câncer de rim, a cirurgia robótica é indicada para tratar a doença em qualquer estágio.
Também conhecida como nefrectomia laparoscópica assistida por robô ou nefrectomia robótica, ela usa um sistema robótico, com controles especiais e monitor de alta definição, para utilizar o cirurgião.
De dentro da sala cirúrgica, o médico dá os comandos para o robô, que reproduz os movimentos das mãos do profissional, garantindo precisão em cada detalhe.
Uma câmera 3D, que também é administrada pelo cirurgião, oferece visão ampliada dos órgãos, facilitando o acesso a regiões mais delicadas e reforçando ainda mais a segurança de todas as etapas do processo.
Além dos resultados satisfatórios, a cirurgia robótica apresenta os seguintes benefícios:
- Imagem tridimensional e ampliada, permitindo o monitoramento de locais de difícil acesso;
- Melhor ergonomia para o cirurgião, resultando em maior precisão dos movimentos;
- Redução do tempo de internação. A alta hospitalar, geralmente, acontece entre 24 e 48 horas depois da operação;
- Possibilidade de intervenção em qualquer estágio da doença;
- Pós-operatório mais tranquilo, com uso reduzido de analgésicos, já que as dores também são minimizadas;
- Aumento chance de preservação do rim;
- Perda sanguínea menor, diminuindo o risco da necessidade de transfusão de sangue;
- Pouca ou mínima cicatriz, já que são feitos pequenos furos, e não grandes cortes, como na cirurgia aberta.
Vale ressaltar que, mesmo podendo ser utilizada em todos os níveis de gravidade da doença, incluindo tumores maiores, apenas o médico poderá avaliar as condições clínicas do paciente, para ver se ele pode, com segurança, ser submetido ao procedimento.
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