Dr Felipe Vidigal | Urologia

A disfunção erétil, ou impotência sexual, é caracterizada como a incapacidade de manter a ereção do pênis durante o sexo, impossibilitando uma atividade sexual satisfatória. 

Disfunção Erétil

Dentre seus sintomas, os mais comuns são dificuldade para obter uma ereção, ejaculação prematura ou retardada, redução de libido e anorgasmia – condição em que a pessoa não consegue atingir o orgasmo, mesmo após estimulação. 

Se o problema acontece de maneira esporádica, não há motivo para preocupação. Entretanto, se a disfunção erétil persistir, é importante procurar ajuda profissional. 

Considerada, ainda, um grande tabu na sociedade, a alteração sexual pode afetar a autoestima, causando estresse e, por vezes, problemas no relacionamento.

Para que o tratamento seja feito de forma rápida e efetiva, é fundamental conhecer as causas da disfunção erétil e saber identificar seus sinais – e é sobre esses pontos que vamos tratar neste conteúdo. Boa leitura!

Principais causas da disfunção erétil

A manutenção da ereção envolve processos hormonais, emocionais, musculares e cerebrais e, por isso, mudanças em qualquer um desses aspectos podem provocar problemas de disfunção erétil. 

O transtorno pode estar relacionado a questões físicas, psicológicas ou à combinação entre elas. Confira quais são as principais causas de disfunção erétil e saiba como cada fator influencia na excitação sexual masculina. 

Fatores fisiológicos

Condições anatômicas e estruturais podem influenciar no desenvolvimento de disfunção erétil. A doença de Peyronie, por exemplo, faz com que uma placa de tecido endurecido seja formada ao longo dos tubos interiores do pênis, dificultando a ereção. Além dela, outras condições podem gerar o problema. São elas:

  • Esclerose múltipla;
  • Doença de Parkinson;
  • Tumores no sistema nervoso central;
  • Traumatismos;
  • Acidente Vascular Cerebral. 

As síndromes metabólicas que aumentam a pressão arterial, os níveis de insulina ou a gordura corporal também podem ser causas fisiológicas da disfunção erétil

Doenças cardiovasculares ou crônicas

A ereção acontece por meio do aumento do fluxo de sangue para o pênis. Quando um homem fica sexualmente excitado, os músculos do pênis relaxam, permitindo um fluxo sanguíneo maior nas artérias penianas. 

Quando o sangue preenche as camadas internas, o pênis fica rígido. Se houver modificação em alguma dessas etapas de circulação, as chances de desenvolver disfunção erétil aumentam. 

Por alterarem a pressão, doenças cardiovasculares, como hipertensão e doença coronariana devem ser levadas em consideração para o diagnóstico de disfunção erétil. Da mesma forma, doenças crônicas também merecem atenção. 

A diabetes afeta os mecanismos necessários para uma ereção. Indivíduos que não têm a doença controlada estão mais propensos à disfunção erétil e, por isso, é fundamental manter o tratamento.

Ingestão de substâncias químicas

Remédios como antidepressivos, antipsicóticos, anti-histamínicos e anti-hipertensivos podem levar à disfunção erétil. É importante destacar que o paciente não pode deixar de utilizar esses medicamentos sem a indicação médica. 

O uso de drogas como álcool, cocaína, metadona e heroína agravam a disfunção erétil, além de desencadearem outros problemas de saúde. 

De maneira semelhante, o tabaco também é considerado uma causa da disfunção erétil. Ele restringe o fluxo sanguíneo para as veias e artérias, afetando o desempenho sexual.

Fatores psicológicos

Segundo um levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde, a disfunção erétil afeta cerca de 15 milhões de homens no Brasil. 

Boa parte desses casos têm os fatores psicológicos como causa. Ansiedade, estresse e depressão diminuem a libido e, consequentemente, afetam o desempenho sexual. Por isso, é essencial cuidar, também, da saúde mental.

Diagnóstico

Como já mencionamos anteriormente, não há problema em ter dificuldades de ereção de tempos em tempos, mas se a disfunção erétil persistir, é preciso procurar um médico. 

Somente o profissional pode determinar a causa do distúrbio, que pode estar ou não ligado a outra condição subjacente. 

Durante a consulta, o paciente deve informar quais são os sintomas, quais são suas preocupações em relação à ereção e se há a existência de algum fator que possa estar ligado à disfunção erétil, como doença cardíaca ou diabetes. 

Para a avaliação diagnóstica, é necessário pesquisar sobre o início da disfunção, os hábitos sexuais, os tratamentos prévios – sejam eles para disfunção erétil ou outras condições – e os resultados obtidos nos últimos tratamentos do paciente. 

Além da análise do histórico de saúde, o médico também pode solicitar exames físicos ou laboratoriais, a fim de verificar pressão arterial, batimentos cardíacos e condição dos testículos e do pênis.

Tratamentos e abordagens

O tratamento de disfunção erétil deve ser feito de acordo com as questões individuais do paciente. Depois de concluir o diagnóstico, o médico pode optar por seguir com as seguintes abordagens:

Mudança no estilo de vida

Em muitos casos, o tratamento de disfunção erétil pode ser feito através de mudanças simples no dia a dia, incluindo atitudes como: 

  • Fazer exercícios físicos regularmente;
  • Evitar o consumo de álcool e de drogas; 
  • Reduzir ou eliminar o uso do tabaco; 
  • Manter o tratamento de doenças ou condições crônicas de saúde, observando os efeitos colaterais;
  • Priorizar uma dieta saudável e balanceada, evitando alterações de pressão e doenças cardiovasculares;
  • Procurar apoio psicológico sempre que preciso; 
  • Realizar consultas e exames periódicos. 

O paciente deve, portanto, observar suas condições de saúde pré-existentes e aumentar o cuidado com a saúde mental.

Abordagem psicológica

Por ter os fatores psicológicos como possíveis causas, a disfunção erétil pode ser tratada por meio da abordagem terapêutica ou psicológica. 

Terapias cognitivo-comportamentais, em particular, têm se mostrado eficazes ao ajudar os indivíduos a explorar e compreender os fatores que podem contribuir para a disfunção erétil. 

Estresse, ansiedade, depressão, problemas de relacionamento e questões de autoestima são exemplos de elementos de pontos que podem ser trabalhados no tratamento.

Além da terapia, abordagens psicoeducacionais são frequentemente integradas ao tratamento. Por informarem os pacientes sobre a fisiologia sexual, mitos sobre a sexualidade são desmistificados, reduzindo a pressão que o indivíduo sente no ato sexual.   

Se possível, a parceira ou o parceiro do paciente devem estar envolvidos no tratamento, estimulando a adesão às sessões. A comunicação aberta entre o casal e o entendimento mútuo são aspectos fundamentais para superar desafios sexuais.

Vale ressaltar que a terapia pode ser feita de forma associada a outras formas de tratar a disfunção erétil. É possível – e até mesmo indicado – que pessoas em tratamento medicamentoso frequentem sessões de psicoterapia.

Correção de distúrbios endócrinos associados

O sistema endócrino é responsável pela produção e regulação de hormônios, e seu desequilíbrio pode contribuir para a disfunção erétil, especialmente se os níveis de hormônio estiverem baixos. A confirmação do problema é dada por meio de exames laboratoriais. 

A correção de distúrbios endócrinos é feita através de tratamento hormonal, via terapias de reposição de testosterona ou outros hormônios que influenciam na ereção, como a prolactina. 

Esses tratamentos medicamentosos devem ser cuidadosamente monitorados por profissionais de saúde, evitando possíveis efeitos colaterais e garantindo um equilíbrio adequado.                       

É importante destacar que, em alguns casos, a disfunção erétil pode ser um sintoma de outras condições, como diabetes ou hipertensão, que também afetam o equilíbrio hormonal. 

Medicações orais ou injetáveis

Os medicamentos, apresentados em formato oral ou injetável, são alternativas bastante recomendadas por urologistas no tratamento da disfunção erétil. 

Projetados para melhorar o fluxo sanguíneo para o pênis, eles facilitam a obtenção e manutenção de uma ereção adequada para a atividade sexual.

Um dos remédios orais mais conhecidos no Brasil para tratar impotência sexual é o Viagra, que, assim como o Levitra e o Cialis, inibe a enzima PDE5 e promove o aumento do fluxo de sangue para a região peniana. 

A escolha do medicamento muitas vezes depende das preferências do paciente, da duração da ação desejada e de possíveis efeitos colaterais, mas, de forma geral, ele é ingerido entre 30 minutos e uma hora antes da atividade sexual.

Apesar de serem efetivos, quando ingeridos de acordo com indicação profissional, eles podem ter efeito negativo quando usados de maneira indiscriminada. 

Para homens que não respondem bem às medicações orais ou preferem uma abordagem diferente, as injeções oferecem uma alternativa eficaz. 

Nessa modalidade, uma seringa contendo uma substância dilatadora, como alprostadil, é inserida diretamente no corpo cavernoso do pênis. Em alguns casos, pode ser indicada uma combinação de abordagens, com medicações orais e injetáveis.

Evite a automedicação. Procure o médico para fazer a prescrição correta do medicamento ou apresentar terapias alternativas, como massagem prostática, exercícios musculares para o assoalho pélvico e até mesmo suplementos homeopáticos.  Agende sua consulta e tire todas as suas dúvidas! 

Leia também: Guia completo de prevenção do câncer de próstata: dicas para uma vida saudável.

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