Dr Felipe Vidigal | Urologia

O aparecimento do câncer de próstata é mais frequente em idosos, e a maioria dos casos é diagnosticada em homens após os 65 anos, apesar do rastreio estar indicado a partir dos 45 anos. Entretanto, alguns elementos podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença ou piorar seu prognóstico.

Além dos fatores hereditários e do histórico familiar, a obesidade surge como um importante fator de risco, aumentando, inclusive, a probabilidade de um câncer mais agressivo.

De acordo com pesquisas publicadas na BMC Medicine, a cada cinco pontos ganhos no Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente há um aumento de 10% na chance de desenvolvimento do tumor de forma letal. 

Neste conteúdo, você vai entender como o excesso de peso corporal pode influenciar não só na incidência do câncer, mas também na agressividade do tumor e na eficácia do tratamento do câncer de próstata

Abordaremos, também, quais medidas podem ser tomadas para reduzir esses riscos e manter a saúde da próstata. Boa leitura!

Câncer de próstata

A obesidade como fator de risco

O câncer de próstata ocupa o segundo lugar em relação aos tipos de câncer mais comuns entre os homens brasileiros, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. 

Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a incidência de 704 mil novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil, considerando o triênio 2023-2025. 

Os índices são altos, e os fatores de riscos são alguns dos responsáveis pela alta incidência. Em relação à obesidade, existem diversos mecanismos que podem explicar essa ligação com o câncer de próstata:

Inflamação crônica

O tecido adiposo libera substâncias inflamatórias que podem danificar o DNA das células da próstata, levando ao seu crescimento anormal.

Por terem maior concentração de gordura, pessoas obesas estão mais suscetíveis à inflamação crônica de baixo grau no organismo, contribuindo para o desenvolvimento e a progressão do câncer de próstata.

Resistência à insulina

A relação entre obesidade, resistência à insulina e câncer de próstata é complexa e envolve uma série de mecanismos biológicos interconectados, aumentando o risco de desenvolver essa doença.

A obesidade pode levar à resistência à insulina, um hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue. O acúmulo da insulina no sangue pode ser um fator estimulador do crescimento celular, inclusive das células cancerígenas da próstata.

Alterações hormonais

O tecido adiposo, presente em maior quantidade em pessoas obesas, atua na liberação de hormônios, como a testosterona e estrogênio. 

Esse descontrole hormonal, além de propiciar maior inflamação no corpo, pode influenciar o crescimento das células da próstata e, consequentemente, o surgimento de células cancerígenas e aumentam sua agressividade. 

É importante ressaltar que nem todas as alterações hormonais e nem todos os casos de obesidade levam ao desenvolvimento do câncer de próstata. Outros fatores, como idade, histórico familiar e estilo de vida, também influenciam no risco da doença.

Prevenção e controle

Cuidar da saúde é fundamental em todas as fases da vida, mas homens a partir dos 45 anos devem ficar especialmente atentos aos fatores de risco e aos possíveis sinais do câncer de próstata.  

A melhor forma de reduzir as chances de desenvolver a doença é adotar medidas preventivas, como:

Manter uma alimentação equilibrada

Uma dieta rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais, aliada ao consumo moderado de carnes vermelhas, açúcares e gorduras saturadas, contribui para o controle do peso e para a saúde hormonal.

Além de diminuir as chances de desenvolvimento de câncer de próstata, a alimentação saudável também ajuda a prevenir outros problemas de saúde, como diabetes e doenças cardiovasculares.

Exercício físico e câncer de próstata

Fazer atividades físicas regularmente

As atividades físicas melhoram a função imunológica, auxiliam na manutenção do peso, reduzem a sensibilidade à insulina e diminuem a inflamação crônica. 

Quando realizados de forma frequente, os exercícios dão resultados ainda mais prolongados. Por isso, é importante separar, pelo menos, 30 minutos do dia para fazer uma caminhada, praticar algum esporte, ir à aulas aeróbicas ou se movimentar da maneira como preferir.

Evitar o consumo de cigarro e de álcool

O hábito de fumar é prejudicial para o tratamento de qualquer problema de saúde – e em relação ao câncer de próstata não seria diferente. Associado à obesidade, o cigarro potencializa o risco de morte em pacientes com câncer. 

De forma semelhante, o consumo exagerado de bebida alcoólica afeta o funcionamento de órgãos essenciais, diminuindo a eficiência do sistema imunológico e aumentando a probabilidade do surgimento de doenças.

Realizar consultas médicas regulares

O câncer de próstata pode ser identificado por meio de exames laboratoriais, como o Antígeno Prostático Específico (PSA), e através do toque retal, feito de maneira simples no próprio consultório médico. 

A chave para o tratamento efetivo do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Quando descoberta nos estágios iniciais, a doença apresenta uma taxa de cura de mais de 90%.  

Não deixe de realizar consultas médicas periódicas com urologista. O médico irá avaliar a necessidade de exames, orientar sobre a saúde da próstata e monitorar possíveis tratamentos, caso o diagnóstico seja confirmado.

Consultar um urologista regularmente é fundamental para homens a partir dos 40 anos, principalmente aqueles com fatores de risco para o câncer de próstata. Marque sua consulta e cuide da sua saúde!

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